Momentos vividos por Cristo na história



Momentos vividos por Cristo na história

O nascimento

Mateus 2: 11 –  E, entrando na casa, acharam o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra. 12     E, sendo por divina revelação avisados em sonhos para que não voltassem para junto de Herodes, partiram para a sua terra por outro caminho. 13     E, tendo eles se retirado, eis que o anjo do Senhor apareceu a José em sonhos, dizendo: Levanta-te, e toma o menino e sua mãe, e foge para o Egito, e demora-te lá até que eu te diga; porque Herodes há de procurar o menino para o matar.

O Batismo

Se observarmos o texto com a devida atenção, verificamos que o batismo de Jesus não foi um mero ritual. Foi para cumprir toda a justiça de Deus, verso 15, o que indica que aquele ato era uma confissão pública de compromisso assumido. Compromisso motivado pela renúncia deliberada a partir da interação da Palavra de Deus na mente e no coração do homem Jesus, como deveria ser em nossas mentes e em nossos corações.

Vemos também que foi por imersão, verso 16. Jesus saiu da água, o que significa que o envolvimento era total e irrestrito. Não houve partes ou particularidade da vida de Jesus que tenha ficado de fora do compromisso messiânico. A totalidade do ser se entregara para a missão assim como deveríamos nos entregar integralmente, sem restrições, ao Senhor que nos comissiona.
Além disso, vemos que o batismo de Jesus foi um cerimonial promovido pela ação do Espírito Santo, verso 16. Jesus estava totalmente revestido de unção e de poder do Espírito Santo, como nós deveríamos estar hoje, como igreja, para realizar as obras que realizou e para ministrar a sua graça salvadora em cumprimento da profecia de Isaías, como nos indica Lucas 4.17-21.

Uma última peculiaridade do batismo de Jesus, que deveria ser realidade em nosso batismo, foi a alegria que aquele momento proporcionou ao coração de Deus. Jesus realmente abdicou de seus interesses humanóides para assumir o propósito de Deus como monotético fator de motivação de sua vida.

Se Jesus não tivesse sido batizado a cruz não teria significado sacrificial, mas apenas penal.

Um outro momento significativo na trajetória de Jesus para a cruz foi…

A tentação

A Tentação – Mateus 4.1-11:

Por mais absurdo que pareça, era propósito de Deus aquela experiência controversa na vida de Jesus, assim como muitas vezes o é em nossas vidas, verso 1.

A tentação exigiu de Jesus preparo e firmeza espiritual, verso 2, visto que foi um confronto direto com o diabo. O mesmo nos é exigido hoje. Satanás insiste em nos induzir, como tentou fazer com Jesus, à soberba, à idolatria, à apostasia e a pratica sucessiva de pecados, seja pela banalização dos conceitos ético-cristãos ou pela admissão de uma postura sociológica que cristianiza costumes antagônicos a Palavra de Deus.

A vitória de Jesus, que será também a nossa vitória, foi pela Palavra de Deus, a partir do conhecimento associado a ação prática do Texto Sagrado, versos 4; 7 e 10. Não foi um ato de bravura ou um feito sapiencial, foi vivência prática da Palavra.

Se Jesus não tivesse vencido a tentação a cruz lhe seria merecida, anulando assim o seu significado vicário.

Um terceiro momento que muito nos ensina sobre a nossa cruz completa é…

O Getsêmane – Mateus 26.36-46:

Este foi um momento de angústia e de profunda depressão, verso 38, para Jesus, quando ele se derramou em intensa intercessão, prostrando-se em aviltante e plena submissão a Deus, no afã de cumprir o propósito salvífico, verso 39.

Muitas vezes nos sentimos como Jesus, mas diferente dele, reagimos com lamúrias, com questionamentos e com blasfêmias reclamando da solidão que faz ressoar altissonante a confrontação direta entre a devoção sincera e a fraqueza humana, versos 40-41. Muitas vezes nos vemos pressionados pelo desafio de resistir e vencer, apesar das cicatrizes que ficarão, ou de ceder e nos retirarmos covardemente para nos entregarmos a mediocridade espiritual.

Para Jesus, o Getsêmane foi um momento de resignação, verso 42, como deve ser para nós. Todo o cristão tem o seu Getsêmane. É o momento no qual é testada a nossa capacidade de resignação, bem como a nossa fibra espiritual diante da traição que dilacera o coração devido a negação do amor que demonstramos, versos 45-46. Mas, como Jesus, devemos resistir e vencer a depressão, encarando o traidor sem nos demovermos do objetivo espiritual traçado por Deus em tal experiência.

Se Jesus não resistisse a amargura do Getsêmane Filipenses 2.5-11 jamais teria sido escrito pelo apóstolo Paulo. O cristianismo não seria nada mais do que o propalado pelo postulados marxistas, “o ópio do povo”.

Depois disto Jesus passou por experiências amargas no Sinédrio, o tribunal supremo dos judeus que impunha obediência ao sistema mosaico, e diante de Pilatos, o governador romano representante de César na Palestina, chegando ao momento último de sua trajetória messiânica, que foi…

A crucificação

A Crucificação – Marcos 15.21-41:

Jesus não apenas nos ordenou a tomada da cruz, como ele mesmo tomou a cruz para a nossa salvação.

A crucificação teve início no pretório, o pátio da guarda romana. Jesus foi colocado na presença de uma coorte, onde vestiram-no de púrpura, um tecido fino e valioso, e em sua cabeça colocaram uma coroa de espinhos. Todos os soldados o saudavam, debochadamente, como a um rei, pois esta era a acusação que sobre ele recaía; Jesus Nazareno Rei dos Judeus.

Segundo o Dr. José Humberto no livro As Três Horas do Calvário, a coroa de espinhos encravou-se na caixa craniana, perfurando os ossos, dilacerando o couro cabeludo e rasgando-lhe a fronte, no momento em que os soldados batiam em sua cabeça com a cana, o suposto cetro de sua majestade. Batiam na cabeça e cuspiam-lhe no rosto, ajoelhando-se diante dele em atitude de suposta adoração, que na verdade era inenarrável blasfêmia, versos 16-20. Eram 600 homens fortes e devidamente preparados para a guerra torturando a Jesus.

Jesus, enfraquecido devido a situação degradante a que fora submetido – levara 39 chibatadas, verso 15 – chega ao Gólgota carregando o patíbulo de sua cruz. Vale ressaltar que no caso de Jesus a cruz era mais pesada que o usual, pois do sinal do cravo de uma mão até o sinal da outra Jesus tinha uma envergadura de 1,70m, conforme pesquisa científicas no Santo Sudário. No Gólgota, ofereceram uma espécie de droga para embotar os sentidos de Jesus, o que ele rejeita, preservando a sua lucidez e sofrendo todas as dores que lhe foram impostas, validando assim o seu sacrifício e consolidando a sua vitória contra o inferno, a morte e o pecado, verso 23.

Às 09h00 crucificaram a Jesus. Primeiro pregaram as suas mãos com cravos de 12 a 15cm no patíbulo. Eram quatro marteladas para se perfurar cada mão e mais oito em cada cravo para se perfurar e prender bem cada mão na madeira. Depois, com desprezo e brutalidade, pregaram o patíbulo na estaca vertical, colocando uma minúscula banqueta pontiaguda para que ele sentasse, evitando assim um colapso devido as contorções do corpo e postergando a agonia e o sofrimento. Em seguida, juntaram-lhe os pés, pregando um no outro com oito marteladas, para então pregarem os dois na madeira com mais doze marteladas. Por fim, levantava-se a cruz deixando o crucificado exposto ao causticante sol da Palestina.

A morte na cruz era por asfixia mecânica ou por hemorragia, visto que para respirar era necessário se levantar o corpo, dilacerando as mãos e os pés, a cada movimento, bem como comprimindo cada vez mais a caixa torácica sempre que se respirava um pouco mais fundo.

Cumpre-se a profecia de Isaías 53.12. Não só pelo fato de Jesus estar entre os transgressores, mas principalmente por ter ele tomado sobre si o pecado de muitos, versos 27-28. No decurso das horas, zombaram de Jesus insultando-o e mandando-o descer da cruz para salvar-se a si mesmo.

Queriam um milagre para que pudessem crer, visto que não foram capazes de entender que o milagre era a própria cruz. Na cruz reside o milagre da salvação e do perdão de pecados, versos 29-32.

O Texto informa que do meio dia até às três horas da tarde a Terra escureceu. A ciência afirma ser impossível pensar em um eclipse na ocasião por ser período de lua cheia. John Stott, no livro A Cruz de Cristo, diz que aquela escuridão era uma espécie de símbolo externo das trevas espirituais que envolveram a Jesus naquele momento.

Às três horas da tarde Jesus clama em alta voz: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste”, citando o Salmo 22.1. Um terrível grito de abandono, o sentido é de deserção mesmo, indicando que naquele momento Jesus entendera que se havia consumado o propósito divino para a nossa salvação, sentindo na própria carne o peso da justiça de Deus e satisfazendo-a, para a nossa justificação. Jesus conhecia as Escrituras e viu cumprir-se plenamente em si mesmo a Palavra do Senhor a Moisés em Deuteronômio 21.22-23; “maldito todo aquele que for pendurado no madeiro”.

As pessoas ao redor não compreenderam o que se passava e esperavam que Elias, o profeta, viesse para salvar a Jesus. Mas não há profeta, pastor, guru, santo ou papa capaz de nos salvar. A nossa salvação só é possível no Cristo crucificado e ressuscitado, versos 33-36.

Jesus morreu. O véu do Templo se rasgou de alto a baixo dando início a uma nova aliança; o pacto no sangue que nos purifica de todo o pecado. A cruz foi um momento de dor, de humilhação, de desamparo para que na realidade pudesse ser o momento de maior manifestação de amor e de redenção. O cruento momento da cruz é o momento da vitória.

Se Cristo não padecesse a morte na cruz não haveria vitória para celebrarmos. O pecado nos teria derrotado a todos.

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