Resumo: O título “Doutrina e usos e costumes da Igreja de Deus no Brasil” refere-se às crenças, práticas e normas seguidas pela Igreja de Deus no Brasil. A doutrina aborda os princípios teológicos que a igreja segue, como as crenças sobre Deus, Jesus, a salvação e a Bíblia. Já os usos e costumes se referem às tradições e práticas específicas da comunidade de fé, incluindo comportamento, vestuário, celebrações religiosas, e outros aspectos que orientam o modo de vida dos membros. Essas práticas variam de igreja para igreja e refletem a interpretação das escrituras e a cultura local.
Ensinos da Igreja de Deus
A Igreja de Deus aceita hoje, como sempre tem aceitado, a Bíblia completa e devidamente interpretada, e o Novo Testamento como a única regra de governo e disciplina. Em algumas ocasiões tem sido necessário que a Assembléia geral investigue e interprete a Bíblia para determinar os ensinamentos da Igreja sobre os diferentes temas, mas sempre com o propósito e a intenção de fundamentar nosso ensino estritamente na Palavra de Deus. Neste sentido, foi nomeado um comitê, a fim de apresentar na Assembléia Geral de 1910 uma coleção de alguns dos ensinos proeminentes da Igreja, com suas respectivas referências bíblicas, a qual foi elaborada pelo dito comitê, cujo informe apareceu na página 47 das Minutas da mesma Assembléia. Não obstante, nas Minutas, não se indica que tal informe tenha sido adotado oficialmente pela Assembléia Geral. Os pontos que o mesmo estabelece são unicamente uma coleção dos ensinamentos mais importantes que temos crido, praticado e ensinado, tal como se estabelecem nas Sagradas Escrituras. Não é nossa intenção, e nunca poderá ser, criar uma lei, o que temos feito tem sido simplesmente interpretar as Escrituras e dar a conhecer os ensinos que temos encontrado nela. Para que haja constância da lei divina, tal como se apresenta nas Escrituras, e tem sido interpretada pela Assembléia, declaramos e afirmamos aceitá-la e sustentá-la, e obedecer a Bíblia completa, devidamente interpretada. Assim, declaramos que as leis e ensinamentos da Bíblia, tal como apresentou o Comitê na pagina 47 das Minutas da Assembléia Geral de 1910, sob o título Ensino da Igreja de Deus, são as conclusões e interpretações oficiais da Assembléia de 1930 da Igreja de Deus. O Compêndio das Minutas da Assembléia Geral (O livro de Ensinos, Disciplina e Governo da Igreja de Deus) deverá ser ensinado em todas as escolas bíblicas e faculdades da Igreja de Deus, e se requererá que os estudantes ministeriais tenham um exame similar ao questionário usado para os exames ministeriais.
ENSINOS TEOLÓGICOS
01. Arrependimento: Mc 1:15; Lc 13:3; At 3:19.
02. Justificação: Rm 5:1; Tt 3:7.
03. Regeneração: Tt 3:5.
04. Novo Nascimento: Jo 3:3,5; I Pd 1:23; I Jo 3:9.
05. Santificação, subseqüente à justificação: Rm 5:2; I Co 1:30; I Ts 4:3; Hb 13:12.
06. Santidade: Lc 1:75; I Ts 4:7; Hb 12:14.
07. Batismo em Água: Mt 28.19; Mc 1.8-10; Jo 3.22, 23; At 8:36,38.
08. Batismo no Espírito Santo, subseqüente à limpeza, o qual dá poder para o serviço: Mt 3 .11; Lc 24.49-53; At 1.4,8.
09. Falar novas línguas, como evidência inicial do batismo no Espírito Santo: Jo 15:26; At 2:4; 10:44-46; 19:1-7.
10. Completa restauração dos dons espirituais na igreja: I Co 12:1-10,28,31; 14-1.
11. Os sinais seguindo os crentes: Mc 16:17-20; Rm 15:18,19; Hb 2:4.
12. O fruto do Espírito: Rm 6:22; Gl 5:22, 23; Ef 5:9; Fl. 1:11.
13. Cura Divina provida para todos na expiação. Mt 8:17; Tg 5:14-16; I Pd 2:24; Sl103:3; Is 53:4, 5.
14. A Ceia do Senhor: Lc 22:17-20; I Co 11:23-26.
15. Lavagem dos Pés dos Santos: Jo 13:4-17; I Tm 5:9,10.
16. Dízimos e ofertas voluntárias: Lc 11:42; I Co 9:6-9; Hb 7:1-
21; Gn 14:20; 28:22; Ml 3:10.
17. Restituição até onde for possível: Mt 3:8; Lc 19:8, 9.
18. A pré-milenal segunda vinda de Jesus Cristo: a) Para ressuscitar os mortos em Cristo e arrebatar os crentes vivos: I Co 15:52; I Ts 4:15-17; II Ts 2:1. b) Para reinar sobre a terra por mil anos: I Ts 4:14; II Ts 1:7-10; Jd 14, 15; Ap 5:10; 19:11-21; 20:4-6; Zc 14:4.
19. Ressurreição: Jo 5:28, 29; At 24:15; Ap 20:5, 6.
20. Vida eterna para os justos: Mt 25:46; Jo 10:28; Rm 6:22; I Jo 5:11-13. 21. Castigo eterno para os ímpios, sem libertação e sem aniquilação: Mt 25:41-46; Mc 3:29; II Ts 1:8, 9; Ap 20:10-15; 21:8.
ENSINOS PRÁTICOS
I. Exemplo Espiritual
Nosso compromisso com Cristo será demonstrado através da prática das disciplinas espirituais; O nosso compromisso com o CORPO DE CRISTO será demonstrado através da Igreja; E, nosso compromisso com a Obra de Cristo, será demonstrado pela nossa mordomia.
A. A Prática das Disciplinas Espirituais
1. As disciplinas espirituais implicam em práticas, tais como: oração, louvor, confissão, jejum, meditação e estudo.
2. Pela oração expressamos nossa confiança no Doador de todas as coisas boas e reconhecemos nossa dependência dEle, para suprir nossas necessidades, bem como as de outros (Mt 6:5-15; Lc 11:1-13; Tg 5:13-18).
3. Pela adoração, tanto pública como privada, adoramos a Deus, temos comunhão com Ele e recebemos diariamente, enriquecimento espiritual e crescimento na graça.
4. Através de períodos de jejuns, podemos aproximarmo-nos de Deus, meditarmos na Paixão de Jesus Cristo, e disciplinar-nos para submissão ao controle do Espírito Santo, em todas as áreas
da nossa vida (Mt 6:6-18; 9:14-17; At 14:23).
5. Pela confissão de nossos pecados a Deus, temos assegurado o perdão divino (I Jo 1:9; 2:2), partilhando com outros a oportunidade tanto de pedir oração como a de levar as cargas uns dos
outros (Gl 6:2; Tg 5:16).
6. Pela meditação e estudo da Palavra de Deus, fortalecemos nosso crescimento espiritual e preparamo-nos para guiar e instruir outros nas verdades bíblicas (Js 1:8; Sl 1:2; II Tm 2:15,23-26).
B. Lealdade a Deus e Dedicação à Igreja
1. O discipulado cristão implica no cumprimento de nossos deveres para com o Corpo de Cristo. Devemos reunirmo-nos regularmente com outros membros da Igreja com o propósito de engrandecer a Deus, bem como para ouvir a Palavra de Deus (Mt 18:20; Jo 4:23; At 2:42, 46, 47; 12:24; Hb 10:25).
2. O domingo é o dia cristão de adoração, conhecido como dia do Senhor, porque nesse dia se comemora a ressurreição de Jesus dentre os mortos (Mt 28:1), e deve ser utilizado primordialmente
para adoração, confraternização e serviço cristão (At 20:7; Rm 14:5, 6; I Co 16:2; Cl 2:16, 17).
3. A provisão das necessidades financeiras da Igreja deverá ser feita pelos dízimos (Ml 3:10; Mt 23:23), bem como pelas ofertas (I Co 16:2; II Co 8:1-24; 9:1-15).
4. É nosso dever respeitarmos e submetermo-nos àqueles que o Senhor colocou sobre nós na Igreja (I Ts 5:12,13; Hb 13:7-17). Nosso exercício de autoridade deve ser feito como exemplo espiritual, e não como donos e senhores do rebanho do Senhor (Mt 20:25-28; I Pd 5:1-3). Além disto, nossa submissão deve ser uma manifestação da graça espiritual da humildade (Ef 5:21; I Pd 5:5).
5. Devemos evitar a filiação às Sociedades que exigem juramento. Tais Sociedades simulam caráter espiritual, porém, na realidade, contradizem a vida espiritual cristã (Jo 18:20; II Co 6:14-18).
Os cristãos não devem pertencer a nenhuma Sociedade que requeira ou pratique a lealdade acima e exclua a confraternidade com Cristo (Jo 17:21-23; Mt 12:47-49).
C. Sendo Bons Mordomos
1. As virtudes da modéstia e simplicidade são honrosas, porém, o esbanjamento e a ostentação são solenemente proibidos nas Escrituras (Is 55:2; Mt 6:19-23). Para se viver uma vida piedosa e sóbria, requer-se uso sábio e comedido das bênçãos temporais, incluindo o tempo, talento e dinheiro.
2. Como bons mordomos devemos tirar o máximo proveito do nosso tempo tanto para o lazer quanto para o trabalho (Ef 5:16; Cl 4:5). O mau uso do tempo degrada (I Tm 5:13; II Ts 3:6-13),
porém, seu bom uso resulta em renovação interna. Portanto, como no nosso trabalho, assim como na nossa diversão, devemos honrar o nome de Deus (I Co 10:31).
3. Como bons mordomos devemos utilizar completamente nossos dons espirituais (Rm 12:3-8; I Cor 12:1-11; Ef 4:11-16; I Pd 4:9-11) e nossos talentos naturais (Mateus 15:14-30), ambos devem
ser usados para a glória de Deus.
4. Como bons mordomos, devemos reconhecer, que o sábio uso do dinheiro é uma parte essencial da economia cristã. Deus exige de nós prestação de contas pelas bênçãos temporais (Mt
7:11; Tg 1:17).